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Conversar com passageiro é bem diferente de falar ao viva-voz no carro

Denis Freire de Almeida

30/08/2019 07h00

No post da semana passada, abordei entre outros temas um estudo da Universidade de Utah que concluiu que falar ao viva-voz enquanto dirige é tão perigoso quanto falar com o telefone na orelha.

Várias pessoas usaram a seção de perguntas para indagar se falar com passageiros também seria proibido, já que também distrairia o motorista.

Essa dúvida é recorrente e sempre aparece nas minhas palestras presenciais. Pois o mesmo estudo da Universidade de Utah e vários outros apontaram que conversar com passageiro é bem diferente de falar ao viva-voz no carro.

E a diferença principal é uma só: o passageiro está inserido no mesmo contexto que o motorista.

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Suponhamos que você está dirigindo à noite, descendo uma serra, com chuva, neblina e ainda há alguns cachorros soltos à beira da pista.

Uma pessoa que liga pelo viva-voz não sabe os riscos que você está enfrentando naquela situação. E começa a demandar assuntos que exigem sua atenção, desviando seu foco da função primordial de um motorista: dirigir com segurança.

Já um passageiro do seu carro estará ciente de todos os riscos. Ele não só evitará assuntos complexos, como ainda passará a auxiliar você na função de dirigir, tornando-se uma espécie de copiloto, aumentando a segurança de todos no veículo.

Além disso, uma conversa com pessoas de dentro do carro, segue um roteiro lógico tanto de assuntos quanto de raciocínio, enquanto o assunto de uma ligação aleatória surge do nada e exige concentração imediata e bem mais atenção do motorista.

ACREDITAR NO CONVENIENTE É MAIS FÁCIL

Vale ressaltar que o ser-humano tem a tendência em acreditar naquilo que lhe é mais conveniente. Se você é uma pessoa que acha que falar ao viva-voz não é perigoso, peço que reveja seus conceitos para seu próprio benefício.

Não sou eu quem estou falando, são estudos científicos do departamento de psicologia da Universidade de Utah, dos Estados Unidos, entre outros tantos. Basta pesquisar os estudos de outras universidades para você encontrar os mesmos resultados.

Meu propósito aqui é alertar para os riscos e promover a segurança no trânsito, jamais dizer o que é certo ou errado. A escolha é sempre sua. Seja feliz!

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Sobre o Autor

Denis Freire de Almeida é jornalista formado pela PUC-SP, com 25 anos de experiência na área de automotiva. É idealizador do “Direção Legal” e já trabalhou em veículos como Rede Globo, Quatro Rodas, O Estado de S. Paulo, Record TV e Webmotors. É piloto de testes certificado pela Federação Paulista de Automobilismo desde 1999, além de instrutor de Direção Preventiva e Defensiva.

Sobre o Blog

A ideia do “Direção Legal” é salvar vidas. Você sabia que “cai um Boeing por dia” nas ruas e estradas brasileiras? Isso mesmo, são 104 vítimas fatais todos os dias -- uma a cada 13 minutos. A melhor forma de evitar a ampliação desse número alarmante é informar sobre os riscos ao volante e dar dicas práticas de como minimizá-los. O que nos motiva é que 94% dos acidentes poderiam e podem ser evitados, já que são causados por falha humana. Embarque com a gente nessa viagem.